A competitividade é um grande motor para o desenvolvimento de potências em um ambiente de trabalho. Por outro lado, pode ter efeitos igualmente nocivos para os indivíduos, que às vezes são imperceptíveis.
É fundamental saber discernir de que formas ela contribui para o desenvolvimento da equipe. Prestar atenção nesses detalhes pode ser o diferencial para evitar um ambiente tóxico por conta da competitividade no ambiente de trabalho.
Pensando na importância desse fator no desempenho e evolução de um empreendimento, vamos tirar algumas dúvidas sobre seus efeitos nos locais de trabalho.
A competitividade pode ser aproveitada no contexto de trabalho?
Todos sabem que a competitividade em excesso é danosa para a empresa e para o indivíduo. Por outro lado, você saberia dizer como ela pode ser positiva para os fins profissionais? Esse elemento é útil quando funciona como uma força motora para o desenvolvimento pessoal de cada funcionário.
O ambiente onde ocorre a competição saudável é aquele no qual alguém pode se espelhar em uma trajetória exitosa, sem que para isso seja necessário desqualificar o outro.
A competição é valorosa quando ocorre em um contexto de companheirismo e de preocupação com o outro. Ou seja, para além do crescimento profissional, espera-se que o outro também alcance conquistas e evolua enquanto pessoa.
Por isso, é importante que o empenho individual esteja acompanhado de ideais compartilhados entre os indivíduos. O papel do gestor é fundamental nesse sentido, pois ele é o responsável por dar as coordenadas e instaurar essa política de cooperação entre a equipe.
Vale lembrar que, da mesma forma que um ambiente altamente competitivo é prejudicial, outro onde não haja nenhum estímulo nesse sentido é frustrante. A competitividade deve estar presente minimamente, caso contrário, as chances de estagnação da organização são muito maiores.
É necessário, portanto, ter clareza dos efeitos desse fator na prática dos profissionais, para que ele permeie o espaço em questão de modo adequado. Isso depende do esforço de cada profissional que compõe o time em questão, mas principalmente daqueles que ocupam o lugar de lideranças nesses espaços.
De que formas a competitividade atrapalha o ambiente profissional?
Um espaço altamente competitivo é um ambiente onde não existe confiança. O pensamento individual sempre será priorizado em relação aos avanços do empreendimento. Desnecessário dizer como uma equipe assim pode trazer prejuízos para a missão de uma empresa.
Um ambiente altamente competitivo implica em um clima hostil, de desconfiança, que enfraquece as possibilidades de crescimento de uma organização. Mesmo que cada funcionário tenha um excelente desempenho individual, de nada adianta se isso é feito às custas de inimizades e intrigas.
Inclusive, existem algumas empresas que acreditam que estimular as rixas entre os funcionários pode ser benéfico para o negócio. Trata-se de uma grande ilusão, pois o trabalho coletivo certamente ficará prejudicado em um ambiente composto de inimigos.
No limite, existe até mesmo o perigo de um adoecimento mental, decorrente de uma exposição contínua a esses espaços.
Muitos indivíduos elaboram sua prática a partir de princípios questionáveis de ambição e conquistar a qualquer custo. Existem alguns modelos estereotipados de “profissional ideal” que o mercado supostamente estaria procurando, mas que, na verdade, encontra pouco espaço.
Essa é uma questão delicada para a nossa realidade, pois aponta para as raízes de nossa formação cultural. Somos ensinados que devemos buscar grandes conquistas pessoais acima de qualquer coisa, sem perceber as vantagens de um crescimento coletivo.
Quais são os sinais de que a competição está passando dos limites?
É possível observar nas relações interpessoais sinais de que esse fator está ultrapassando os níveis adequados para uma boa convivência. De modo geral, ocorre um desgaste nas relações pessoais. Mesmo que haja um clima de cordialidade, às vezes são evidentes para todos as tensões por trás desses relacionamentos.
Não se espera que todos sejam amigos íntimos só porque trabalham juntos. Entretanto, conviver diariamente com pessoas que enxergamos como adversários é altamente prejudicial e até mesmo perigoso.
Alguns comportamentos e situações são recorrentes em tais espaços, como:
- exposição das falhas ou dificuldades de determinados colegas;
- um ou mais indivíduos desejam tomar somente para si o reconhecimento das ações do grupo;
- tentativa de cópia ou plágio do trabalho alheio;
- relacionamentos interpessoais desgastados e conflituosos;
- retenção de informações importantes e outras falhas na comunicação;
- distorção de situações vividas para benefícios individuais;
- fofocas e críticas pejorativas sobre outros membros da equipe.
Como lidar com a competitividade nociva no contexto pessoal?
Do ponto de vista individual, uma dica útil é fortalecer sua inteligência emocional. Trabalhar em equipe implica em desgastes, por mais harmoniosa que seja a convivência. Inclusive, muitas das vezes ignoramos nossas dificuldades de convivência, justificando-as sempre como um problema do outro.
Além da competência em sua especialidade, um bom profissional deve ter também uma maturidade para trabalhar em equipe e na resolução de problemas interpessoais.
Do ponto de vista da gestão, um passo importante é identificar as situações problemáticas e tratá-las diretamente. Ainda é comum uma tendência de apaziguar os conflitos nos ambientes de trabalho e ignorá-los.
Essa forma de ação tem o efeito de acirrar ainda mais a competitividade, já que ela não é tratada como algo que deva ser discutido abertamente. É uma configuração comum e bastante prejudicial para as relações interpessoais, pois cria um clima hostil e de desconfiança não declarado entre as pessoas.
Do seu ponto de vista, procure sempre exercer suas funções e propor novas soluções para as necessidades da empresa, mas não faça isso indiscriminadamente.
Ninguém precisa passar por cima ou até mesmo sabotar o sucesso de alguém para atingir uma meta ou objetivo. A melhor forma de provar a sua capacidade é superar a si mesmo, demonstrando esse valor através de suas ações cotidianas.
As empresas mais sólidas do mercado muitas vezes contam com um time fiel de funcionários que cresceram juntos e que vestem a camisa da instituição.
Ninguém consegue fazer sua própria história sozinho, sem recorrer ao apoio e confiança de outras pessoas. Ainda assim, a competitividade no ambiente de trabalho é um elemento necessário e capaz de impulsionar a produção de uma equipe, quando vivenciada de modo adequado.
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