São muitos os que sonham com um ensino superior capaz de proporcionar crescimento profissional e satisfação pessoal, mas poucos os que têm condições financeiras de arcar integralmente com os custos de uma instituição privada de ensino superior. Então, como ter acesso à melhor educação possível dentro da área desejada?
Com muita dedicação e esforço, você pode candidatar-se ao ProUni, ou Programa Universidade para Todos. O ProUni oferece bolsas de 50% a 100% em universidades particulares de todo o país, mediante o alcance de uma nota de corte mínima no ENEM, prova pela qual o governo mede o desempenho para o ProUni.
Dessa maneira é possível cursar a faculdade dos seus sonhos com mais tranquilidade. Afinal, o ensino superior particular é um sonho distante para muitos, enquanto há alunos que dão conta das mensalidades e outros gastos relacionados apenas com muito sacrifício. O ProUni, então, visa balancear mais a situação e trazer mais igualdade e inclusão para o acesso à educação de qualidade.
Ainda que sejam gratuitas, as universidades públicas também trazem obstáculos para aqueles menos favorecidos. A educação pública proporcionada a tantos brasileiros não é o bastante para colocá-los à frente da enorme concorrência dessas instituições, o que acaba privilegiando quem teve acesso a escolas e cursinhos particulares.
Além disso, a rotina da faculdade pública muitas vezes não comporta a possibilidade de trabalhar, o que é fundamental para muitos alunos.
Para ajudar você nessa fase tão importante da sua vida, preparamos este post especial e completo com tudo o que você precisa saber sobre o ProUni, desde a realização da prova do ENEM até as requisições para que você mantenha a bolsa conquistada por meio do programa. Pronto para ficar por dentro do assunto? Então continue a leitura e prepare-se!
1. Realizar a prova do ENEM
O Programa Universidade para Todos foi criado pelo Ministério da Educação (MEC) em 2004 e, desde então, sempre esteve associado ao ENEM, o Exame Nacional do Ensino Médio, inaugurado pelo MEC em 1998. Assim, realizar a prova do ENEM, que acontece uma vez por ano em todo o Brasil, é imprescindível para quem deseja concorrer a uma das bolsas oferecidas pelo ProUni.
Atualmente, quase todas as instituições de ensino superior privadas e públicas utilizam o ENEM como forma de ingresso por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), a plataforma digital inaugurada em 2010 para unificar o processo de entrada nas universidades. Mesmo as que mantêm vestibulares próprios costumam aceitar a nota do ENEM como parte da seleção. Sendo assim, participar do ENEM traz muitas vantagens para o estudante.
Dividido em dois dias, o ENEM tem quatro provas, totalizando 180 questões de múltipla escolha e mais uma redação. Portanto, fique atento às datas e aos prazos de inscrição e não perca a sua chance de dar continuidade ao processo de distribuição de bolsas do ProUni.
Apurar a média do ENEM
Você completou com sucesso os dois dias de provas do ENEM. E agora? O próximo passo é apurar a sua média do Exame. Basta conferir o gabarito oficial da prova e ver quantas questões você acertou, certo? Não, pois o Ministério da Educação usa uma fórmula diferenciada.
Há duas médias do ENEM: a primeira é a média simples, definida pela soma das notas das cinco provas (as quatro de múltipla escolha mais a redação) e dividida por cinco. O que confunde alguns candidatos é a média complexa, que nasce com base na Teoria de Resposta ao Item, também conhecida apenas pela sigla TRI.
Essa teoria prevê que cada pergunta tem diferentes graus de dificuldade, e que é importante haver consistência nas respostas de cada candidato. Portanto, isso é levado em consideração para a fórmula.
Para participar do ENEM, você deve alcançar uma nota mínima de 450 pontos e não pode zerar a redação. Entretanto, cada universidade também tem uma nota de corte, de acordo com o desempenho dos contemplados no ano anterior, com a pontuação dos candidatos interessados pelas bolsas do curso na seleção atual e com a quantidade de bolsas disponíveis.
Imagine que a nota do ENEM é uma régua em que, no meio, há o número 500, que corresponde à média de acertos que os alunos conquistaram no Exame de 2009. Ou seja, quanto mais próximo você estiver dos 500, mais perto chegou de ficar dentro do desempenho médio esperado pelo MEC. O mais longe que você pode chegar é na nota 1000.
Ou seja, tirar uma nota alta não envolve apenas acertar mais questões, mas também superar os demais candidatos, sempre com base na média de acertos de 2009. É por isso que é muito importante acertar as questões mais difíceis, que contribuirão para o crescimento da sua média. Mesmo que você e um amigo acertem a mesma quantidade de questões, por exemplo, você pode acabar conquistando uma média mais alta do que a dele.
Conhecer a régua de cada área
Mas não é só isso! Há ainda uma régua própria para cada uma das quatro grandes áreas que formam o ENEM: Matemática, Ciências Humanas, Linguagens e Códigos e Ciências da Natureza. Isso pode influenciar na sua classificação dependendo do que você quiser estudar.
Nessas réguas específicas, cada questão ocupa um ponto dentro da escala de 0 a 1000 de acordo com o grau de dificuldade, sendo que aquelas medianas estão por volta dos 500. As respostas a essas questões, então, definem seu grau de conhecimento nas quatro áreas.
Se um aluno tem um nível de conhecimento de 800 em Ciências Humanas, espera-se que ele seja capaz de acertar as perguntas que estejam nesse mesmo grau de dificuldade na régua, mas que erre as que estiverem acima dos 800.
Já a redação é dividida em cinco competências, sendo que cada uma receberá uma nota de zero a 200 por parte dos dois avaliadores iniciais, de maneira independente. Assim, você pode chegar a um total máximo de 1000 pontos nessa parte da prova.
2. Enquadrar-se nos pré-requisitos mínimos do ProUni
Não basta fazer o ENEM para participar do ProUni, já que o Programa conta com uma lista de pré-requisitos mínimos visando garantir que as bolsas de estudos parciais e integrais alcancem aqueles que realmente precisam do benefício dentre os que conquistarem as notas mínimas exigidas por cada instituição de ensino superior.
Confira agora quais são esses requisitos e verifique se você se encaixa nas exigências:
Estar dentro da renda máxima contemplada
A distribuição de bolsas integrais e parciais acontece de acordo com a renda do candidato, que deve obedecer aos limites máximos para que ele possa concorrer. Afinal, o ProUni é a forma de pessoas menos favorecidas financeiramente terem condições de fazer um curso superior na rede particular, ou seja, é voltado para quem não teria renda para pagar a faculdade.
Para concorrer a uma das bolsas integrais do Programa, você deve ter uma renda familiar bruta mensal de no máximo um salário mínimo e meio por pessoa. Para a distribuição de bolsas parciais, ou seja, de 50%, a renda exigida é de até três salários mínimos por pessoa.
Essa é a exigência básica do ProUni. Se você se encaixar no pré-requisito da renda máxima, deve enquadrar-se ainda em pelo menos um dos grupos que mostraremos a seguir. A exceção, como você verá, são os professores do ensino básico da rede pública.
Não possuir graduação concluída
Já que o objetivo do ProUni é proporcionar ensino superior de qualidade para quem não teria acesso a ele de outra forma, um dos requisitos é que, para conquistar uma bolsa de estudos do Programa, o candidato não pode ter um diploma de ensino superior, ou seja, não pode ter concluído nenhuma faculdade anteriormente.
Ter cursado o ensino médio em escola pública ou com bolsa de estudos
Da mesma maneira, o Programa entende que as condições financeiras e oportunidades anteriores de acesso à educação de qualidade influenciam diretamente na sua necessidade de conquistar uma bolsa integral ou parcial.
Portanto, o candidato ao ProUni deve ter cursado os três anos do ensino médio na rede pública de ensino ou ter sido aluno de uma escola particular com bolsa integral durante parte ou a totalidade do ensino médio.
Ser uma pessoa com deficiência
Pessoas com deficiência também enfrentam muitos obstáculos para alcançar o ensino superior, e não apenas pelas limitações de sua condição. O que atrapalha muito mais é a falta de oportunidades, de acessibilidade e de inclusão na universidade e no mercado de trabalho.
Sendo assim, o ProUni inclui as pessoas com deficiência na lista de candidatos possíveis para uma bolsa de estudos. Qualquer portador de deficiência física pode participar da seleção do Programa.
Ser professor do ensino básico na rede pública
Outro dos maiores objetivos do ProUni é trazer mais qualidade para os alunos da rede pública de ensino — e, para tanto, é fundamental proporcionar oportunidades de desenvolvimento, formação e aprendizado contínuo aos professores do ensino básico.
Para tanto, o ProUni também aceita a inscrição desses educadores, que podem concorrer a bolsas integrais e parciais de licenciatura, bacharelado e pedagogia. Para os professores que se encaixam na categoria contemplada, não é levada em consideração a renda mínima.
3. Estar atento ao período de abertura do edital de inscrição
Há um único período de inscrições para o ProUni, normalmente no início de cada ano. Feita essa inscrição, os candidatos poderão participar de duas seleções para bolsas de estudos, que acontecem no primeiro e no segundo semestre. A oferta de bolsas é consideravelmente maior na primeira fase de distribuição.
Os dias de seleção das bolsas representam um período intenso para os candidatos, então é imprescindível ficar atento aos prazos. Depois de fazer o ENEM, fique de olho regularmente na página do ProUni dentro do portal do Ministério da Educação, onde você terá acesso a todas as notícias e informações necessárias para o processo seletivo.
Devido ao altíssimo nível de procura pelas bolsas do ProUni, não é raro que o site dedicado às inscrições fique lento, fazendo com que o processo torne-se demorado e que você tenha que ficar algumas horas tentando finalizá-lo. Mesmo assim, jamais conte com a possibilidade de uma extensão do prazo, já que isso é incerto.
A dica é: não deixe sua inscrição para os últimos dias! Garanta o quanto antes a sua vaga no processo seletivo. Depois de tanta dedicação e planejamento, você não vai arriscar perder uma bolsa de estudos só porque deixou tudo para a última hora, não é mesmo? Antecipe-se e evite problemas!
4. Escolher o curso na plataforma do ProUni
Quando o processo seletivo tiver início, você deve entrar na plataforma do ProUni e preencher os dados necessários para a distribuição de bolsas. É nessa hora que você vai escolher o curso para o qual deseja ganhar uma bolsa integral ou parcial, de acordo com a disponibilidade de cada instituição de ensino e, como vimos anteriormente, com a sua renda.
Uma das vantagens do processo unificado do ProUni é que você poderá escolher qualquer curso nas universidades particulares que façam parte do Programa, sem precisar limitar-se à cidade onde você mora.
Caso você tenha condições de se mudar, pode ser interessante ir atrás de uma universidade mais capacitada ou de uma região com melhores oportunidades de emprego. Morar em uma república, dividir o lar com amigos ou morar com parentes de outras cidades são algumas maneiras de fazer com que uma possível mudança seja possível, mesmo com poucas condições financeiras.
Para escolher sua primeira opção de curso, a sua nota do ENEM deve estar acima da nota de corte — que, lembre-se, é de 450 pontos para o ProUni como um todo, mas há alterações entre cada curso e instituição.
No primeiro dia do processo, a nota de corte é referente à pontuação do aluno com menor nota que conseguiu uma bolsa para aquele curso no ano anterior. Nos próximos dias da seleção, ela será alterada de acordo com a nota dos candidatos atuais.
Para aumentar suas chances de conquistar uma bolsa de estudos, o ProUni possibilita que você escolha também uma segunda opção de curso, que não precisa ser da mesma área ou da mesma instituição da primeira.
5. Acompanhar a nota de corte para os cursos escolhidos
Como já explicamos, a nota de corte no primeiro dia é baseada na pontuação do último aluno a conseguir uma bolsa no curso escolhido dentro da instituição na última seleção do ProUni.
Como exemplo, vamos supor que, no ano passado, foram distribuídas 6 bolsas integrais no curso que você escolheu como primeira opção. A sexta e última bolsa ficou com um candidato que tirou 625 pontos no ENEM. A nota de corte no primeiro dia de inscrições, então, será 625. Se você tirou essa pontuação ou mais, poderá participar da seleção.
Nos dias seguintes, a nota de corte será recalculada diariamente com base na pontuação de todos os candidatos interessados e na quantidade de bolsas disponíveis. Então, fique de olho nas notas de corte e faça suas escolhas.
Isso é importante para você entender quais são suas chances de chegar ao último dia ainda dentro da nota de corte, o que significa que você conseguirá a bolsa — a lista de candidatos pré-selecionados sai apenas alguns dias após o fim das inscrições. Antes do último dia, você ainda pode alterar as suas duas opções de curso.
6. Estar atento aos resultados do ProUni
Com o fim do período de inscrições, os nomes dos pré-selecionados são divulgados poucos dias depois. Seu nome apareceu nela? Parabéns! Agora você terá em torno de uma semana para matricular-se na universidade em que você conquistou sua bolsa de estudos, o que inclui apresentar os documentos que comprovem os dados que você passou na inscrição.
Caso a universidade perceba qualquer divergência nas informações que signifique que você não se encaixa nos pré-requisitos do ProUni, você não poderá usufruir da bolsa de estudos. Portanto, assim que sair a lista de aprovados, providencie todos os documentos necessários.
O que é a 1ª e a 2ª chamada do Programa
Depois desse primeiro período de matrículas, há uma nova chamada, em que novos pré-selecionados ganham as bolsas que sobraram da primeira seleção. Se ainda assim continuarem sobrando vagas, elas podem ser distribuídas em uma terceira chamada ou ficarem para o período de inscrições do ProUni que acontece no segundo semestre.
Portanto, se a sua nota de corte não for suficiente para que você conquiste uma bolsa de estudos na primeira chamada, ainda há chances de aproveitar essa mesma pontuação do ENEM em uma próxima distribuição de bolsas do Programa.
7. O que fazer se você não for chamado para a 1ª ou a 2ª chamada
A lista de primeira chamada não tinha o seu nome, e o mesmo aconteceu quando foi liberada a segunda chamada. Calma, ainda há chances de você conseguir uma bolsa de estudos no curso desejado!
De acordo com a sua classificação, você terá um lugar na lista de espera, que traz todos os candidatos interessados em determinada bolsa e que ainda não foram chamados para efetivar a matrícula.
Afinal, o não-cumprimento dos pré-requisitos não é a única questão que faz com que selecionados para o ProUni percam suas bolsas de estudo. Muitas pessoas participam do ProUni como segunda opção, pois têm preferência por uma universidade pública — e, portanto, abrirão mão de suas bolsas caso sejam selecionados para a primeira opção.
Há ainda aqueles que pensaram em se mudar mas depois viram que não será possível, ou que decidiram tentar outra opção de curso no próximo ano. Há uma variedade de motivos que podem fazer com que as bolsas de estudo voltem a ser disponibilizadas. Se você passar a ficar dentro da nota de corte do curso, tem chances de ser chamado pela lista de espera.
8. Manter a bolsa do ProUni
O Ministério da Educação espera que, após conquistar suas bolsas de estudo integrais ou parciais, os estudantes contemplados pelo Programa continuem mostrando-se merecedores. Afinal, os participantes não são escolhidos apenas pela renda baixa, mas pelo excelente desempenho demonstrado no ENEM. Dedique-se, então, a ficar à altura dessa expectativa.
O primeiro pré-requisito para manter sua bolsa do ProUni é ter um aproveitamento de 75% nas disciplinas cursadas em cada período letivo. Dessa forma, exige-se um rendimento bem-sucedido, mas que não leve o aluno a tentar alcançar uma meta impossível.
Mesmo assim, se você tiver um aproveitamento acadêmico abaixo do mínimo requisitado, a bolsa não será excluída automaticamente. Antes disso, o coordenador do ProUni conversará com o responsável pela disciplina em que você foi reprovado para verificar a sua situação e o que levou àquele resultado. Em seguida, ele pode autorizar a permanência do benefício — mas fique atento, pois isso só pode acontecer uma vez durante todo o curso.
Outro ponto que merece atenção é o fato de que a bolsa do ProUni existe pelo tempo de duração regular do curso. Se sua faculdade dura oito semestres (quatro anos), por exemplo, esse é o tempo pelo qual você não precisará pagar as mensalidades — ou pagar apenas 50%, se for beneficiado com uma bolsa parcial.
Sendo assim, caso você acabe precisando de mais tempo para se formar por ter repetido alguma disciplina que não conseguiu encaixar na grade regular depois ou por ter precisado cursar menos matérias em determinado semestre, o período que você passar na faculdade além dos semestres regulares será cobrado integralmente.
Viu só? O ProUni é uma oportunidade de enorme importância no ensino superior brasileiro, pois traz mais igualdade e inclusão para as possibilidades a que cada estudante tem acesso. A educação de qualidade é fundamental para que o país cresça e conquiste melhorias e, nesse sentido, o ProUni cumpre um papel fundamental.
Com dedicação para alcançar uma boa nota no ENEM e com organização para cumprir e comprovar todos os pré-requisitos antes e depois de conquistar uma bolsa de estudos integral ou parcial, você também pode fazer parte dessa mudança.
Você quer conquistar uma vaga na universidade dos seus sonhos? Comece a estudar e a se planejar agora mesmo: entre em contato conosco e descubra o que podemos fazer para ajudar você nessa jornada!